objetivo
Explorar a ambiguidade da tecnologia e as diversas possibilidades de um futuro. Imaginar cenários, elaborar em uma estratégia e entregar resultados antes da necessidade dos usuários.
Mesmo sendo um projeto que desenvolvi sozinha, escolhi o aplicativo SmartThings como cliente para o estudo. Dessa forma, eu poderia explorar o contexto e soluções visando o sucesso do negócio. Quais serão os desafios da SmartThings considerando o futuro das casas inteligentes?
tipo de projeto
estudo de caso
período
6 meses (2024)
minha função
Product designer
ferramentas
Figma, FigJam, Maze, Freeform
Explorando o contexto
O aplicativo SmartThings controla diversos aparelhos e está disponível para celular, tablet, TV e até mesmo geladeira. Em uma instalação concentual da marca, chamada NetZero, foi apresentada uma casa totalmente concetada pelo aplicativo.
Nela, todos os aparelhos eram integrados e funcionavam automaticamente. A inteligência artificial AI Energy mode reduzia o consumo de energia conforme a temperatura, o sol e a rotina de uso. Uma ideia incrível imaginando o futuro não muito distante.
Como será a casa inteligente do futuro?
Por ser um tema amplo e para definir um foco inicial, explorei ideias em um Mapa mental, escrevi tudo que viesse a mente sobre casas inteligentes e criei grupos de afinidade.
Dispositivos, dados e métricas da casa, segurança, novas tecnologias, pessoas e interações foram alguns dos tópicos.
Uma experiência contínua, integrada e invisível
contínua
sempre disponível, que funcione independentemente das condições
integrada
expansível, que se adapte a novos dispositivos e tecnologias
invisível
funcione sem exigir esforço, nem sempre perceptível, apenas funcionando
Pesquisando sobre o mercado de automação residencial, descobri que os aparelhos inteligentes mais usados no Brasil são em grande maioria assistentes de voz e lâmpadas.
Quanto a motivações, segundo a pesquisa da GWI-2021, 53% dos usuários dizem que os aparelhos inteligentes ajudam a economizar tempo e dinheiro. Mas, 28% acham que podem complicar coisas simples do dia a dia.
E o que esperar da SmartThings nesse mercado de automação residencial?
Samsung e Smartthings são marcas reconhecidas e referência em eletrodomésticos e automação. Devem continuar aprimorando seus produtos.
Novos produtos estão surgindo e até mesmo substituindo os antigos. Isso tende a expandir o mercado de automação, criando novas oportunidades.
Novas tecnologias, como Inteligência Artificial, tornam o mercado mais concorrente. Não acompanhar pode ser uma ameaça.
A tecnologia Matter pode ser uma solução para a compatibilidade entre várias marcas de aparelhos. Estará disponível em câmeras, fechaduras e aparelhos modernos.
Como as pessoas usam automações no dia a dia? Quais suas motivações e quais os problemas?
Para descobrir mais sobre isso, realizei um questionário com 11 respondentes, e entrevistei 5 pessoas que possuem automações em casa. Descobri que:
O comportamento ao usar automações antigas e novas são similares na rotina do dia a dia
Há casos em que outros moradores não sabem como usar ou compartilhar automações
Algumas pessoas não compram automações pois têm medo de perder o controle da casa
Como é o dia a dia em uma casa com muitas automações?
Para entender os pontos de contato, transformei as principais ações das rotinas que encontrei em Jobs to be done.
Mapeei as rotinas das entrevistas em um mapa Blueprint, para pensar sistematicamente e analisar os possíveis problemas.
Transformei as descobertas em perguntas, e organizei em uma priorização 2x2 analisando Benefício e Funcionalidades.
A partir das explorações e dos aprendizados, defini uma hipótese:
Acredito que facilitar o uso da automação para os diferentes moradores da casa
Irá resultar em uma experiência mais independente e inclusiva
E assim proporcionar uma expansão de mercado para outros tipos de produtos e serviços
Explorando
ideias
Como podemos facilitar o uso para os demais moradores da casa?
Explorei ideias para o problema em um Crazy 8’s com 2 usuários de automações. Analisei a arquitetura de informação atual para entender como as informações são organizadas.
Para entender como os usuários entendem o conteúdo, realizei um Card sorting com 8 usuários com as informações do aplicativo atual.
Explorei ideias e defini 4 tipos de componentes: aparelhos, rotinas, status e grupos.
Já para o acesso rápido dos aparelhos, priorizei desenvolver os de lâmpadas, alarme de segurança e ar-condicionado.
Testando a usabilidade
Realizei duas rodadas de testes de usabilidade presenciais com 08 pessoas de 13 a 71 anos. As tarefas envolviam ligar equipamentos da casa em um cenário da rotina.
Observando os usuários durante o teste, percebi que as pessoas idosas chegavam mais perto da tela e tocavam com a ponta dos dedos. Além disso, descobri dificuldades para realizar a tarefa de muda a cor de uma lâmpada.
Percebi problemas relacionados a boas práticas de design. Fiz uma análise de heurísticas para mapear esses problemas.
A partir disso, fiz novas explorações, reduzindo a complexidade e mantendo as coisas simples.
Resultados
Explorando novas possibilidades para o futuro, desenhei uma solução que a SmartThings ainda não possui, considerando possibilidades do mercado. Montar uma estratégia de UX ajudou a definir um foco, já que o tema era muito amplo e permitia muitas possibilidades de exploração.
Diferente dos concorrentes, unifiquei na tela de favoritos os dispositivos, rotinas, grupos, widgets e acessos rápidos. Durante a fase de testes, melhorei o protótipo inicial, com uma redução de mais de 60% no tempo de execução das tarefas de controle de luzes e ar-condicionado.
Para os próximos passos, realizaria novos testes de usabilidade comparando a interface atual com a nova. De modo que seja possível metrificar o sucesso ou não da hipótese.